Evasão Na Educação Superor: Uma Temática Em Estudo
Linha Temática: As possíveis causas e fatores que influenciam no abandono. Predição do risco do abandono.
Cunha, Emmanuel
UEPA - Brasil
Morosini, Marília
PUCRS - Brasil
Resumo.A evasão ou abandono no âmbito da educação superior é uma temática que vem sendo estudada de fonna mais significativa nos últimos cinco anos. Insere-se não só na preocupação das políticas afirmativas de inclusão do estudante, mas, em especial, pelas instituições privadas tendo em vista serem as que possuem os maiores percentuais de estudantes nessa situação e, por conseguinte, as prmcipais interessadas em mantê-los em seus cursos. Estudos buscam revelar causas da evasão/abandono escolar, bem como apontar medidas para o retomo dos estudantes às instituições e para prevenir novas perdas. Paredes (1994) aponta nada menos que oito fatores causadores do abandono escolar. Silva, Zorzo e Serafim (2002) mostram outros fatores como descontentamento com o curso escolhido e desemprego. Enfim. diversos são os fatores elencados para a não pennanência em um curso superior. Este trabalho do tipo Estado do Conhecimento propôs-se levantar as teses e dissertações produzidas no período de 2005 a 2010 disponiveis no respectivo banco da CAPES e revelar o que dizem essas produções sobre a evasão ou abandono na educação superior, bem como identificar medidas propostas/adotadas para minimizar a situação na perspectiva dos autores que as produziram e das instituições que Ihes sewiram de locus de estudo. A busca realizada a paltir das palavras-chave evasão, evasão escolar, evasão escolar universitária, evasão no ensino superior e evasão na educação superior, permitiu selecionar doze trabalhos. A leitura flutuante dos resumos identificoudez dissertações e duas teses. As teses foram produzidas em 2007 e 2008, enquanto que as dissertações foram produzidas em 2005, 2007, 2008, 2009 e 2010. Os resultados revelam que a evasão é um fenómeno é um multifacetado, no qual uma só causa (ou fator) nao atua sozinha para a sua efetivação. Algumas medidas indicadas apontam para a atenção formação inicial, o apoio da assistência estudantil, o investimento na fonnação continuada e no desenvolvimento profissional do como docente. Conclui que é preciso reconhecer que a permanencia na educação superior, para alunos que apresentam situações complexas, é tarefa para todos que de uma forma ou outra fazemos essa educação superior no país.
PalavrasChave:Evasão Escolar, Educação Superior, Abandono, Cursos Superiores.
Introdução
A evasão ou abandono no ámbito da educação superior é uma temática que vem sendo estudada de forma mais significativa nos últimos cinco anos, Insere-se nao só na preocupação das políticas afirmativas de inclusão do estudante, mas, em especial, pelas instituições privadas tendo em vista serem as que possuem os maiores percentuais de estudantes nessa situação e, por conseguinte, as principais interessadas em mante-los em seus cursos.
No entanto, é um fenómeno educacional complexo, ocone em todos os tipos de instituição de ensino e afeta o sistema educacional como um todo, bem como o desenvolvimento humano, pois existe nos diferentes niveis de ensino seja quais forem as denominações que eles tenham nos diversos países.
No que diz respeito ao seu conceito ou definição, a evasão também apresenta diferentes significados presentes na literatura brasileira. Gaioso (2005) a define como sendo a intermpção no ciclo de estudos, em qualquer nivel de ensino. Kira (2002) tendo como cenário especifico a educação superior afirma que o termo evasão é frequentemente utilizado para se referir a "perda" ou "fuga" de alunos da universidade. Outros autores como é o caso de Baggi e Lopes (2011) definem a evasão como a saída do aluno da instituição antes da conclusão de seu curso. Assim, as diferentes definições da evasão ou do abandono escolar, mostram o caráter complexo do fenómeno, o que evidencia que ele necessita ser estudado com maior ênfase nos diferentes contextos onde ele se encontra presente.
Apesar de ser recorrente em todos os níveis de ensino, o estudo da evasão/abandono, no Brasil, tem ficado mais restrito no nivel da educação básica e só recentemente tem sido alargado para a educação superior. Neste nivel de ensino os trabalhos publicados têm discutido a problemática da evasão/abandono, procurando entender as causas/motivos, bem como indicam pistas para minimizar tal situação.
Nosso interesse pelo estudo do fenómeno está relacionado à vinculação que temos como a educação superior e mais precisamente à relação com diferentes instituições privadas onde a evasão/abandono escolar, como já foi dito, está mais presente e traz consequências que ultrapassam o nivel académico.
As leituras dos trabalhos já produzidos nos Incentivaram a buscar maiores dados a respeito do fenómeno, principalmente no que aos motivos que fazem se relaciona às causas, com que o estudante abandone seus estudos nas instituições de educação superior.
Neste sentido, percebemos que esses dados podem estar concentrados nas teses e disseltações produzidas no âmbito dos diferentes Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu credenciados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior — CAPES, os quais têm contribuido significativamente para a melhoria da qualidade da produção científica brasileira.
Desse modo essa busca nos remeteu para as teses e dissertações que se encontram disponíveis no respectivo banco da CAPES, tendo como questão central revelar o que dizem essas produções sobre a evasão ou abandono na educação superior, bem assim identificar medidas propostas/adotadas para minimizar a situação na perspectiva dos autores que as produziram e das instituições que Ihes serviram de locus de estudo.
Nosso objetivo é aumentar o nivel de conhecimento sobre o fenómeno o que implicará, necessariamente, no aumento da literatura para outros estudiosos que pretendem se debruçar sobre a temática.
Este texto tem o escopo de apresentar o estudo que foi realizado e está dividido em tres (3) momentos: o prlmeiro apresenta uma sintese do que já foi descoberto/anunciado nos trabalhos já produzidos sobre a temática e que constituem um referencial teórico sobre a temática; o segundo descreve o percurso metodológico desenvolvido para consecução do estudo e o terceiro traz os resultados e as contribuições que apresentadas nos trabalhos consultados.
1. Algumas descobertas sobre o fenômeno da evasão/abandono escolar na educação superior
O estudo da evasão/abandono escolar tem se constituido, no ámbito da educação superior, numa temática "nova" e instigante que tem conduzido diferentes estudiosos enveredarem na busca de maiores infonnações e de dados consistentes que possam subsidiar de forma particular ou coletiva (nesse caso, as instituições de ensino) a adotar estratégias que busquem minimizar os efeitos danosos que o fenómeno causa tanto para os estudantes como para as instituições.
Nesta perspectiva, um dos trabalhos que apresenta consistentes dados e análises é o de Silva Filho, Motejunas, Hipólito e Lobo (2007). Os autores procuraram estudar a evasão no ensino superior brasileiro a partir de dados disponíveis no INEP — Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira e relativamente aos anos de 2000 a 2005. Concluíram que os índices de evasão variam significativamente segundo a categoria administrativa, sendo que no período estudado a evasão média nas instituições públicas foi de 120 enquanto que nas instituições particulares essa taxa chegou a 26%.
No que se refere ao tipo de organização académica, os autores apontam que as universidades e os centros universitários detiveram a taxa de 19%, enquanto que nas faculdades essa taxa subiu para 29%. Quando procuraram comelacionar os índices de evasão com a relação candidato/vaga em alguns cursos, concluiram que quanto maior a densidade candidato/vaga os processos de ingresso na Educação Superior, menor são os índices de evasão/abandono.
Outro estudo que merece destaque foi realizado por Andriola e colaboradores (2006) sobre a evasão estudantil na percepção de 52 docentes e 21 coordenadores de cursos de graduação da Universidade Federal do Ceará. Os resultados encontrados mostram que os docentes investigados possuem opinião favorável ao resgate da função do professor orientador para auxiliar os alunos na superação das dificuldades durante os cursos de graduação, o que pode influir sobre a decisão do abandono ou da permanencia do aluno em seu curso.
Silva, Zorzo e Serafim (2002) ao discutirem em seu artigo o fenómeno da evasão afinnam que o "acesso à universidade supõe uma escolha, uma decisão por um curso ou outro, visando a uma profissão fritura, a uma carreira profissional. Porém, uma decisão não é um processo isolado, mas um ato continuo que se define com o alcance da maturidade" (p. 277).
No entendimento das autoras, "poucos estudantes se dão conta de essa decisão abrange muito mais do que a escolha de um curso ou ocupação" (e que implica) "a elaboração de uma identidade ocupacional concomitante identidade pessoal" (p. 277). Para as autoras, essa falta de maturidade irá influenciar, mais tarde, na decisão do estudante de abandonar o curso no qual se matriculou.
E constante o discurso dos estudiosos do acesso à educação superior de que "a desigualdade de oportunidades de acesso ao ensino superior é construida de forma continua e durante toda a história escolar dos candidatos" (Zago, 2006). Assim, candidatos provenientes de camadas mals populares e sem recursos suficientes para se manterem nos cursos para o qual foram aprovados em seletivos, seriam potenciais processos candidatos evasão/abandono escolar. A maioria desses estudantes provém de escolas públicas onde uma das questões principais reside na qualidade do ensino necessário para o prosseguimento de seus estudos. Assim, por não possuírem suficiente "capital cultural" tendem a fracassar nos estudos em nivel superior e transformam-se em potenciais candidatos à evasão/abandono.
O trabalho realizado por Baggi e Lopes (2011) resultado de levantamento bibliográfico realizado no periodo 2008-2009 apresenta significativos dados sobre causas da evasão/abandono na educação superior. As autoras identificaram quatro (4) trabalhos que diferentes da apontam diferentes causas da evasão/abandono, entre elas: falta de identidade com o curso escolhido; escolha enacla da caneira; desencanto com a universidade; baixa demanda pelo curso provavelmente associada ao baixo prestigio social do curso escolhido, neste caso as licenciaturas.
As autoras inferem que "o fenómeno da evasão no ensino superior nao pode ser analisado isoladamente" (p. 361). Como o fenómeno acontece em todos os níveis de ensino, inferem que "a necessidade de um capital cultural marca a evasão nos diversos sistemas educacionais" (idem).
O estudo conduzido por Silva, Zorzo e Serafim (2002), não obstante terem oconidos dez anos de sua publicação, mostram resultados que não podem ser desconsiderados na análise das causas da evasão/abandono na educação superior. Trabalhando com uma amostra de 166 estudantes evadidos de uma instituição de educação superior privada no período de 1999 a 2002, as autoras assinalam que 63 25% dos evadidos situam-se na faixa etária entre 18 a 25 anos, descalfando, desse modo, a "pouca idade" como um sinalizador de evasão.
Consideram, entretanto, que a "imaturidade vocacional", ou seja, o pouco conhecimento sobre si e sobre o mundo do trabalho, como uma das causas da evasão/abandono desses estudantes.
Os dados da pesquisa assinalam que 44% dos sujeitos eram do sexo masculino enquanto 56% do sexo feminino, diferença que não foi considerada como significativa, mas que pode indicar que os homens "abandonam mais frequentemente seus estudos com fins profissionais, na busca de emprego para seu sustento e/ou de sua familia" (p. 284) casos que também ocorrem com as mulheres em razão da busca pela igualdade com os homens e, sobretudo, pela existencia de um grande número delas que sustenta sua familia e, por isso, precisa manter (ou procurar) um emprego ou ocupação para auferir rendimentos.
Assim, descontentamento com o curso escolhido e desemprego (ou procura de emprego) são causas que configuram como primordiais para a evasão/abandono de estudantes nos cursos superiores.
Os dados aqui mostrados de fonna sintética denunciam a necessidade de prosseguimento na busca de elementos que possam contribuir para o entendimento do fenómeno da evasão/abandono na Educação Superior. Ao mesmo tempo, implicam na discussão de estratégias que possam permitir às instituições manterem seus estudantes ou pelo menos prevenir novas perdas.
Foi com essa determmação que nos lançamos na busca de outros elementos necessários para o entendimento do fenómeno realizando o estudo cujo percuso metodológico será explicitado no item seguinte.
2. O Estado do Conhecimento como metodologia de pesquisa
Morosini (2001) afinna que estado do conhecimento é reflexão e síntese sobre a produção científica, que congrega anais de congresso, periódicos, teses, dissertações e livros. Por outro lado, Feneira (2002) destaca que as pesquisas conhecidas como "estado do conhecimento" tem o objetivo de "mapear e de discutir uma certa produção académica em diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições têm sido produzidas celtas disseltações de mestrado, teses de doutorado, publicações em periódicos e comunicações em anais de congressos e semmários" (p. 258).
Também realizam "uma metodologia de caráter inventariante e descritivo da produção académica e científica sobre o tema que busca investigar, luz de categorias e facetas que se caracterizam enquanto tais em cada trabralho e no conjunto deles, sob os quais o fenómeno passa a ser analisado" (idem).
O estudo realizado, do tipo "estado do conhecimento", propôs-se levantar teses e dissertações produzidas no período de 2005 a 2010 disponíveis no respectivo banco da CAPES e revelar o que dizem essas produções sobre a evasão ou abandono na educação superior, bem como identificar medidas propostas/adotadas para minimizar a situação na perspectiva dos autores que as produziram e das instituições que Ihes serviram de locus de estudo. A busca foi realizada no mes de julho de 2012 tomando como referencia principal as palavras-chave: evasão, evasão escolar, evasão escolar universitária, evasão no ensmo supenor e evasão na educaçao superior.
As palavras-chave foram escolhidas de forma a tomar a busca mais direta. Com efeito, nosso objetivo era mapear a produção que se preocupou com o nivel superior, mesmo considerando que em alguns trabalhos que discutem a temática possam ter ficado fora da busca em razão da utilização de outras palavras-chave.
A pesquisa selecionou doze trabalhos e a leitura flutuante dos resumos identificoudez disseltações e duas teses. As teses foram produzidas em 2007 e 2008, enquanto que as disseltações foram produzidas em 2005, 2007, 2008, 2009 e 2010. Também com base nos resumos identificamos que a maioria dos trabalhos teve como locus diferentes cursos superiores, a saber: direito, engenharia, medicina, psicologia, ciência da computação, cursos superiores de tecnologia, licenciatura em biologia, física, matemática e química.
Destacamos que alguns resumos nao identificaram os cursos nos quais foram produzidos os dados veiculados. Os doze trabalhos selecionados foram analisados a partir do que constou de seus resumos, trabalho que às vezes foi prejudicado pela ausência de infonnações necessánas.
Os resultados mais expressivos do estudo realizado são apresentados no próxnno item.
3. O que dizem as teses e dissertações sobre a evasño/abandono na educaçño superior
Silva Filho e colaboradores(2007) no estudo realizado sobre a evasão nas instituições de educação superior no Brasil, concluem que "entre 2001 e 2005, de acordo com cálculos feitos com base em dados do Inep, a taxa média de evasão no ensino superior brasileiro foi de 22%, com pouca oscilação, mas mostrando tendências de crescimento" (p. 658).
Concluem, ainda, que a evasão "do ponto de vista macroscópico, guarda alguma comelação, embora não muito significativa, de acordo com este trabalho, com fatores socioeconómicos" (p. 659).
Pelos estudos e análises realizadas, os autores são taxativos em afirmar que "há necessidade de realizar estudos sistemáticos com vistas a reduzir as taxas de evasão e evitar os desperdicios, tanto do ponto de vista social quanto do financeiro" (idem).
As conclusões a que chegaram Silva Filho e colaboradores (2007) mostram o quanto é preocupante a questão da evasão/abandono escolar no âmbito da educação superior de nosso país, fato que merece a constmção de mecanismos que possam, pelo menos, mmimizar o fenómeno.
Estudos que se dedicam questão da exclusão de estudantes dos cursos superiores têm trazido situações que ilustram o quanto é necessária a luta para diminuir as desigualdades de acesso e permanencia desses estudantes no ámbito universitário.
Gisi (2006) ao tratar da exclusão de estudantes da educação superior conclui que a condição de classe, de género e de etnia, historicamente permeia esse processo excludente.
O estudo de Zago (2006) sobre o acesso e permanencia no ensino superior de estudantes oriundos de camadas populares, afirma que é necessário "estudar essa população para entender as transfonnações nas demandas e nas práticas escolares, assim como no perfil dos estudantes na sociedade contemporánea" (p. 236).
Assim, o conjunto de estudos aqui indicados sinaliza que é preciso conhecer melhor as causas da evasão/abandono no ámbito da educação superior a fim de que possam ser adotadas medidas que venham ao encontro dos anseios de estudantes e instituições, no sentido de se encontrar caminhos para a redução do fenómeno.
Neste sentido, a dissertação de mestrado de Gaioso (2005) estudou a evasão discente nos cursos de Direito, Engenharia Civil e Medicina de instituições públicas e privadas das regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul, tendo como sujeitos representantes institucionais e alunos que, nos últimos dez anos, desistiram de seus estudos nos cursos identificados. Segundo Gaioso (2005) a análise dos dados evidenciou que nao há causas isoladas para a evasão e que predominaram entre os sujeitos do estudo: a) a escolha inadequada da carreira académica, tendo em vista a imaturidade dos jovens estudantes; b) a falta de orientação vocacional, o desconhecimento da estmtura e da metodologia de trabalho na educação superior; c) as deficiencias acumuladas na educação básica que influenciam nos baixos resultados acadêmicos e nas reprovações sucessivas, entre outras causas.
Por outro lado, o mesmo estudo assegura que existem casos de estudantes considerados desistentes de determinados cursos, mas que na verdade, migraram para outros cursos, em outras áreas e instituições e, dessa forma, continuam na educação superior. Nesses casos as razões são diversas como: incompatibilidade do horário de trabalho com o das aulas; problemas fmanceiros que levam os estudantes a buscarem mensalidades mais convenientes em outras instituições. Também destaca o estudo de Gaioso (2005) que entre as causas da evasão podem ser listadas: a falta de perspectivas de trabalho, bem como a ausencia de lagos afetivos com a instituição.
Evidencia, ainda, Gaioso (2005) que em alguns casos, o abandono se dá por falta de um referencial na familia quanto essa não apresenta um exemplo de sucesso profissional obtido pela via da educação superior. O resumo do estudo nao pennite infonnações sobre estratégias adotadas por parte das instituições e dos cursos onde foi realizada a pesquisa para mmimizar as causas citadas por Gaioso (2005) como significativas para a evasão/abandono dos estudantes. Duas dissertações pesquisadas centraram seu estudo sobre a evasão de estudantes de cursos de Psicologia, de instituições pública e privadas. O trabalho de Alves (2005) envolveu doze estudantes de uma instituição privada que abandonaram os estudos nos anos de 2002 e 2003, utilizou a entrevista como princlpal técnica de coleta de dados e envolveu conceitos-chave como: a escolha e a evasão; a identidade e a evasão; a formação, a profissão e a evasão. Com os conceitos-chave foi possivel à autora identificar algumas causas da evasão, tais como: a) razão económica; b) opçao por outros rumos; dificuldades em acompanhar o curso; c) desmotivação; d) rebaixamento da autoestima; conteúdo das disciplinas, entre outras.
Alves (2005) destaca em seu trabalho algumas medidas que, no entendimento dela, podem anunciar uma perspectiva de minimização do problema da evasão. E aponta: a) a atenção à formação inicial, relacionada com a inserção do aluno na Psicologia, enfocando desde a apresentação das intenções do curso às possibilidades para a realização do mesmo; b) o investimento na forrnação continuada e no desenvolvimento profissional do como docente para percepção e encaminhamento das necessidades do alunado, com o cuidado quanto à presewação da qualidade do curso e clareza em relação ao perfil do profissional que está em forrnação; c) a constmção da identidade profissional que depende da fonnação inicial e continuada, para que as escolhas possam ser orientadas no sentido de desenvolver, com o apoio do como docente, a capacidade de crítica e a autonomia daquele que escolhe ser psicólogo.
Ainda relacionado ao curso de Psicologia, o Palma (2007) levantou índices nacionais sobre o acesso e a pennanência nos cursos de Psicologia e realizou um estudo de caso objetivando identificar as causas da evasão em uma instituição pública. Após coletar dados no proprio curso e entrevistar oito estudantes que se evadiram em meados do curso, o estudo de Palma (2007) aponta que o referido curso exibe uma tendencia de aumento na relação entre afastados e matriculados e de diminuição na procura. Os indicadores de afastamento são consideráveis dos matriculados), mostrando-se ligeiramente menores do que os apresentados pelo conjunto (13,9% dos matriculados).
Infere que é possível estimar uma evasão crescente e progressiva no período estudado (1989-1999), pois foram identificados oitenta casos entre quatrocentos e noventa e tres ingressantes. O estudo aponta, ainda- que predomina a evasão no primeiro ano do curso e particularmente no primeiro semestre e que entre as causas destacam-se: a) problemática vocacional; b) dificuldades pessoais na adaptação ou envolvimento no curso; c) aprovação em novo vestibular. Casamento e/ou namoro. São indicados como causas secundárias alguns problemas estmturais do curso, como: disciplinas básicas, como docente, métodos de ensino. A partir dos dados constmídos, a autora questiona se a ênfase nos fatores individuais consiste num efeito de fatores institucionais, os quais além de não promover o amparo ao aluno negariam a oportunidade de diálogo entre ele e a instituição. O questionamento feito pela autora toma como base os inúmeros relatos que ouviu de experiencias prolongadas de insatisfação com o curso, as quais não foram bem conduzidas pela instituição.
Num trabalho que teve como objetivo investigar em alunos do primeiro ano do curso de Bacharelado em Ciencia da Computação, fatores motivacionais e de contexto que possam influenciar na decisão do aluno de persistir ou desistir do curso, Machado (2005) aplicou a cento e setenta e um alunos um Inventário de Motivação e Estratégias em Cursos Superiores composto de noventa e cinco questões. Os resultados obtidos por Machado (2005) não confinnaram, no curso investigado, a relação esperada entre o alto índice de evasão no prlmeiro ano com a motivação ou com o uso de estratégias, mas indicam contribuições (não divulgadas no resumo) para a compreensão de como se processa a motivação para aprender e do uso de estratégias em alunos da educação superior.
Adachi (2009) objetivou em seu trabalho analisar a evasão em cinco cursos de graduação de uma universidade federal do estado de Minas Gerais, no período de 2000 a 2007. Considerou para recolha de dados as informações existentes do departamento de registro académico da instituição, as regras institucionais para o desligamento dos estudantes e o resultado das entrevistas realizadas com um número não informado de ex-alunos, evadidos e não evadidos. Conclui que a evasão é mais acentuada nos cursos que exigem notas mais baixas para entrada em graduações cujo perfil discente é de nivel socioeconônnco cultural predominantemente baixo e em cursos que apresentam baixo prestigio social. Conclui, ainda, que os estudantes de nivel socioeconómico mais baixo que recebem apoio da assistência estudantil, apresentam elevados indices de conclusão, o que se configura numa estratégia que pode ser utilizada pelas instituições na perspectiva de mmimizar a evasão, mantendo os alunos em seus percursos na educação superior.
Num estudo sobre a evasão em cursos superiores de Tecnologia de uma IES pública do estado de São Paulo, a partir da percepção do aluno evadido e seu percurso academico posterior à evasão, Scali (2009) procurou obter junto a duzentos e vinte e sete alunos evadidos entre 2006 e 2007 as causas da não renovação de matriculas e dados do percurso académico posterior à evasão. Em suas conclusões Scali (2009) assinala como causas da evasão, entre outras: a) definição de curso de ingresso; b) localização da instituição; c) forrnação e atuação profissional do tecnólogo; d) condições relacionadas ao trabalho e condições financeiras. Descobliu, ainda, que 77,2% dos respondentes já haviam obtido a graduação ou ingressado em outro curso/instituição, neste caso, em até um ano após o período da evasão.
Reid (2009) partindo da premissa de que as políticas públicas para a expansão e oferta de vagas no ensmo superior não resultou no aumento do número de alunos que conseguem concluir os cursos de graduação, e que a expansão dos cursos superiores notumos resulta, de um lado, na inclusão dos estudantes neste nivel de ensino, mas, por outro lado, revela a realidade excludente da evasão universitário, desenvolveu um estudo com o objetivo de identificar as principais causas da evasão discente nos cursos de licenciatura em Biologia, Fisica, Matemática e Química de uma universidade estadual do Rio de Janeiro, no periodo de 2003 a 2007, tendo como sujeitos dezenove alunos evadidos dos mencionados cursos e com apoio em dados documentais dos órgãos institucionais. Nas entrevistas com os evadidos a autora procurou deseobrir em que medida fatores relativos à condição socioeconómica, escolha e expectativa com o curso, vivencia universitária e a opinião dos familiares interferem na decisão do aluno evadir. Concluir que a "naturalização" da evasão impede que a instituição conheça o seu real dimensionamento e que a evasão ocone pela ação conjunta de diversos fatores, mas que muitas das vezes o aluno nao percebe esses fatores e justifica sua saída da universidade baseando-se em apenas um motivo, embora alguns desses motivos possam ser minimizados e até mesmo combatidos através de uma política institucionalizada para todos os cursos, mas que para isso é preciso saber reconhecer esses motivos.
Conhecer as diversas situações que poderão levar os nossos jovens, ingressos pela primeira vez na universidade, a abandoná-la ou a nao obterem sucesso escolar foi a motivação que levou Aquino (2008) a investigar uma amostra composta por novecentos e oitenta e oito alunos de uma universidade pública do nordeste brasileiro, que foram aprovados no vestibular do ano de 2003. A intenção da autora de contribuir para a compreensão do processo de ajustamento de jovens ao contexto universitálio, fez com que ela aplicasse dois tipos de questionários cujas respostas foram analisadas com a utilização de software específico. Infelizmente o resumo do trabalho não faz menção aos resultados obtidos pela autora.
O estudo conduzido por Bardagi (2007) investigou o desenvolvimento de caneira no período da graduação, considerando que as preocupações com a escolha profissional e a satisfação de caneira ultrapassaram a baneira da adolescencia e onfiguram questões impoltantes para o individuo em diferentes pontos do desenvolvimento. A autora realizou entrevistas com oito estudantes evadidos e cujas respostas apontaram entre outras: a) a fragilidade da escolha inicial; b) pouca atividade exploratória; c) expectativas irrealistas sobre a carreira. A autora conclui em função da análise procedida nas respostas dos estudantes que a evasão é uma decisão impulsiva, decomente de insatisfação de longo prazo e sem relação com novas escolhas de caneira. Por outro lado, ainda no estudo desenvolvido, Bardagi (2007) investigou características vocacionais de novecentos e trinta e nove universitários regularmente matriculados nas diferentes áreas de formação e detectou a importâneia de aspectos como: participação em atividades académicas; exploração de caneira; desempenho académico; percepções sobre o mercado de trabalho; percepção de estressores para os níveis de comprometimento com a caneira; a satisfação de vida e a probabilidade de evasão. Concluiu que é fundamental o papel do professor universitário para a decisão de caneira do estudante, bem como a existência de uma demanda por intervenções de orientação de caneira na graduação. Afirma a autora que os resultados obtidos confirmam a heterogeneidade da experiência universitária e salientam que estratégias favorecedoras do compoltamento exploratório, aliadas a atividades que permitam reflexão sobre a relação desempenho-mercado-profissão, contribuiriam para a satisfação académica e de vida do estudante. Por último, a autora enfatiza que as estratégias de apoio ao estudante clevem considerar as dificuldades percebidas e características vocacionais segundo a área e o período do curso de cada um.
4. Consideraçôes finais
O que podemos inferir dos resultados apresentados pelos trabalhos cujos resumos tomamos como referencia para desenvolver nossa Investigacão, é que a evasão, como já afirmaram os autores já citados neste texto, e um fenómeno que apresenta diferentes causas dependendo do contexto social, cultural, politico e económico em que estudantes e instituições de ensillo estão inseridos.
Não obstante alguns resumos terem deixado de apresentar as infonnações necessárias para a identificação de causas e motivações, propósito principal dos trabalhos investigados, podemos afirmar que a maioria do material analisado pennitiu conhecimento mals expressivo do fenómeno.
A análise das principais situações trazidas pelos trabalhos nos pennite classificar as causas da evasão de alunos da educação superior, na perspectiva dos diferentes autores que produziram os estudos, em tres gmpos.
As causas aqui denominadas de pessoais são predominantes no primeiro grupo, entre elas:
a) escolha inadequada da caneira académica;
b) falta de orientação vocacional;
c) definição de curso de ingresso;
d) fragilidade na escolha inicial;
e) expectativas ilTealistas sobre a carreira;
f) falta de perspectivas de trabalho e,
g) dificuldades pessoais na adaptação ou envolvimento com o curso escolhido.
Num segundo grupo predominam o que estamos denominando de causas institucionals, entre elas:
a) localização da instituição;
b) problemas estmturais no curso;
c) ausencia de laços afetivos com a instituição.
O terceiro gmpo relaciona causas que denominamos gerais, quals sejam:
a) deficiencias acumuladas na educação básica que levam a baixos resultados e repetidas reprovações em disciplinas;
b) dificuldades em acompanhar o curso;
c) opção por outros mmos;
d) desmotivação;
e) rebaixamento da autoestima;
f) razões económicas (condiçôes relacionadas ao trabalho e às condições financeiras).
Ao analisannos as causas pessoais voltamos ao que Silva, Zorzo e Serafim (2002) discutem em seu afiigo quando afirmam que o "acesso à universidade supôe uma escolha, uma decisào por um curso ou outro, visando a uma profissào futura, a uma caneira profissional. Porém, uma decisào não é um processo isolado, mas um ato contínuo que se define com o alcance da maturidade" (p. 277).
Ora, as causas pessoais, em nosso entendimento,implicam na questào da (falta de) maturidade do estudante, bem assim na falta de um "aconselhamento" antes de o mesmo optar por um detenninado curso para ingresso no âmbito universitário. E por isso que as autoras sào filmes ao declararem que essa falta de maturidade irá influenciar, mais tarde, na decisào do estudante de abandonar o curso no qual se matriculou. Nesta perspectiva, a escolha feita previamente sem um acompanhamento ou sem um estudo mais acurado sobre as nuances da caneira escolhida e sobre as reais condiçôes de um futuro ingresso no mercado de trabalho, levarão o estudante a se "desencantar" com os estudos, com o curso e o incentivarão à decisào de abandono/evasào dos estudos universitários.
No segundo grupo, aparecem as causas que não deixam de estar entrelaçadas às do primeiro, eis que a escolha da instituição, do curso precisa, a nosso ver, estar relacionada às questôes que penneiam o ambiente institucional. Já encontramos em nosso percurso de professor tmiversitário vários estudantes que nos disseram que não conseguiram "se encontrar", "se envolver' com a instituiçào, por acharem que ela (instituiçào) nào atendia às expectativas que depositavam nela ao escolherem para desenvolverem seu percurso em busca de uma profissào. São situaçôes que precisam de uma resposta ativa por palte das instituições de educaçào supefior para que o fenómeno possa, pelo menos, ser minimizado.
As causas que estào relacionadas no terceiro grupo denominadas gerais, também se entrelaçam às constantes dos dois primeiros grupos. Dessas causas a que mais traz preocupaçao para nós, como professores universitários, é a deficiencia com que chegam aos cursos superiores nossos estudantes da educação básica, principalmente os oriundos de escolas das redes públicas.
Esta questào é cmcial quando verificamos que a maioria desses estudantes emerge das ditas camadas menos favorecidas social e culturalmente. Como explica Zago (2006) "um dos maiores problemas que enfrentam os estudantes reside na qualidade do ensino público, do qual dependem para prosseguir sua escolaridade" (p. 232). Com uma educação básica de baixa qualidade, sem altemativas para enfrentar as dificuldades inerentes a um curso de nivel supefior, o estudante tem sua autoestima rebaixada, por nào poder acompanhar como quefia (e devia) a complexidade dos conteúdos que Ihe sào apresentados. Aí a desmotivaçño começa a aparecer o que é somada a uma questão crucial: precisa custear seus estudos, precisa de dinheiro para transpofie, para comprar livros, para pafiicipar de atividades fora do campus tmiversitário. Se nào for detentor de algum subsídio (bolsa de estudo) tem de arcar com os custos das mensalidades. A somatória de todas essas questôes o impele para a evasão, para o abandono, não por ele querer, mas por uma falta de opçôes para prosseguir os estudos. Não é por acaso que Bardagi (2007) afirma que a evasào é uma decisão impulsiva deconente da insatisfação de longo prazo e sem relaçào com novas escolhas de carreira.
Por isso, reafirmamos o que já foi dito pelos autores que compafiilhamos neste estudo: o fenómeno da evasào/abandono na educação superior é um fenómeno multifacetado, no qual uma só causa (ou fator) nào atua sozinha para a sua efetivação.
E por isso que da pafie das instituiçôes de educação supefior precisam ser estabelecidas medidas para a mimmizaçào do fenómeno. E preciso deixar de ver a evasào/abandono como uma "coisa natural", como afuma Adachi (2009), pois esta maneira de ver o fenómeno impede com que elas conheçam o real dimensionamento do problema (Idem).
E neste sentido que os trabalhos tomados como referência para este estudo consideram algumas medidas a serem tomadas instituições de educação supefior, diligidas aos estudantes, como professores, quais sejam:
a) atenção à formaçào inicial;
b) apoio da assistência estudantil; pelas tanto aos
c) investimento na fonnaçào continuada e no desenvolvimento profissional do como docente;
d) constmção da identidade profissional para ofientar as escolhas.
Nunca é demais insistir que a escolha das estratégias deve considerar as dificuldades percebidas e as caractensticas vocacionais dos estudantes (Bardagi, 2007).
Entendemos que é preciso um investimento consistente por pafie das instituiçôes de educação supefior, pfincipalmente, no nivel das instituições pfivadas, para atuação imediata na reduçào dos níveis de evasão/abandono.
Entretanto, não deixamos de reconhecer, como Gisi (2006), que "a raiz do problema se encontra na sociedade que se divide entre aqueles que têm capital económico, social e cultural e aqueles que nào o possuem" e que os últimos em sua "grande maiofia, jovens, é que develiam ter a opofiunidade de frequentar as melhores escolas e a melhor educaçào para suplir as defasagens existentes" (p. 13).
No entanto, é preciso reconhecer que a permanência na educaçào supefior, para alunos que apresentam situaçôes complexas, é tarefa para todos que de uma forma ou outra fazemos essa educação superior no país.
Referências
Adachi, A. A. C. T. (2009) Evasão e evadidos nos cursos de graduação da UFMG. Dissertação de Mestrado, UFMG: Belo Honzonte.
Alves, E. Z. J. (2005). Da formação em Psicologia: o problema da evasão (um estudo de caso na Universidade Católica de Santos). Dissertação de Mestrado, UCS: Santos.
Andriola, W. B, Andriola, C. G., e Moura, C. P. (2006). Opiniões de docentes e de coordenadores acerca do fenômeno da discente dos cursos de graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC). Ensaio. aval. POL públ Educ , 14(52), 365- 382.
Aquino, S. M. C. de. (2008). Insucesso e evasão no ensino superior: Impactos das vivências academicas em alunos do 10 da Universidade Federal de Sergipe. Tese de Doutorado, UFC: Fortaleza.
Baggi, C. A. dos S., Lopes, D A. (2011). Evasão e Avaliação Institucional no Ensmo Superior: uma discussão bibliográfica. Avaliação, Campinas, Sorocaba, SP, 16, 2, 355-374, iul.
Bardagi, M. P. (2007) Evasão e compostamento vocacional de universitários: estudos sobre o desenvolvimento de carreira na graduação_ Tese de Doutorado, UFRGS: Porto Alegre.
Ferreira, N. S. de A. (2002). As Pesquisas Denominadas "Estado da Alte"_ Educação & Sociedade, XXIII, 79, agosto.
Gaioso, N. P. de L. (2005). A evasão discente na educação superior no Brasil: na perspectiva de alunos e dirigentes. Dissertação de Mestrado, Universidade Católica de Brasilia, Brasí1ia-DF.
Gisi, M. L. (2006). A educação Superior no Brasil e o Caráter de Desigualdade do Acesso e da Permanência. Diálogo Educacional, Curitiba, 6, 17, 97-112, jan/abr.
Kira, L. P. A evasão no ensmo supenor: o caso do curso de pedagogia da Universidade Estadual de Maringá (1992 — 1996). (2002). Disseltação de Mestrado, Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba: São Paulo.
Machado, O A.(2005). Evasão de alunos de cursos superiores: fatores motivacionals e de contexto. Dissertação de Mestrado, UEL: Londrina-PR.
MOROSINI, M. C. (coord)_ (2001). Educação Superior em periódicos nacionals (1968 1995). MEC/Inep/Comped, 194 p. (Série Estado do Conhecimento, no 3). Brasilia: DE Extraído em 25 de julho de 2012 www.mep.gov.br/publicacoes/serie.estadodoconhecimento.
Palma, S. P. V. (2007). Experiências de evasão de um curso de Psicologia. Disseltação de Mestrado USP Ribeirão Preto: SP.
Paredes, A _ S. (1994). Evasão do Terceiro Grau em Curitiba. PUC-PR, Curitiba.PR.
Reid, M. de A. V. (2009). A evasio da UENF: uma análise dos cursos de licenciatura (2003-2007). Universidade Estadual do Nolte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos: RJ.
Scali. D. E (2009) A evasão nos cursos superiores de tecnologia: a percepção dos estudantes sobre seus determinantes. Dissertação de Mestrado, Unicamp, Campinas: SP.