of 9
Current View
Línea Temática 3:
Prácticas Curriculares para la Reducción del Abandono.
556
METODOLOGIAS ATIVAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA
EDUCAÇÃO SUPERIOR: PERCEPÇÕES DOS ESTUDANTES DE LICENCIATURA
Línea Temática 3:
Prácticas curriculares para la reducción del abandono.
Steren dos Santos, Bettina
PUCRS
- Pontifícia Universidade
católica do Rio Grande do Sul/Brasil
bettina@pucrs.br
Spagnolo, Carla
PUCRS
- Pontifícia Universidade
católica do Rio Grande do Sul/Brasil
carlaspagnolo1@gmail.com
Resu
mo
. Os processos de ensino e de aprendizagem com metodologias ativas tem sido um
tema de muitas discussões e interesse de profissionais de distintas áreas. Na educação, temos
percebido uma mobilização crescente em busca de possibilidades diferenciadas para as
práticas pedagógicas, todavia, ainda são necessárias mudanças para efetivação das
metodologias ativas. Uma das principais ações é o exercício de escuta dos estudantes sobre
seus processos de aprendizagem. Diante disso, a presente pesquisa tem como objetivo
identificar quais estratégias utilizadas em sala de aula universitária contribuem para a
aprendizagem dos estudantes. Além disso, busca analisar a percepção de estudantes sobre a
utilização das metodologias ativas nas propostas pedagógicas. O estudo de abordagem
qualitativa, envolveu 26 estudantes de diferentes cursos de licenciaturas de uma universidade
comunitário do Rio Grande do Sul/Brasil. A coleta de dados aconteceu mediante a utilização
de um questionário online no google forms contendo perguntas abertas. As perguntas
abrangeram questões sobre como acontece o processo de aprendizagem; estratégias
pedagógicas que contribuem para a aprendizagem e a percepção sobre as metodologias ativas
no contexto de sala de aula. A análise dos dados seguiu princípios
da análise de conteúdo de
Bardin (2011) auxiliando no processo de categorização pela frequência de palavras e
agrupamento das unidades de análise. Os resultados iniciais apontam para a relevância de
estratégias didático
-pedagógicas que envolvam os estudantes em todo o processo de ensino
e aprendizagem. Do total de respondentes, 25% responderam que aprendem por seminário e
interação com outras pessoas, 19% quando teoria e prática são trabalhadas simultaneamente,
13% mediante a elaboração de resumos e escutando os professores, seguido de 9% que
aprendem melhor quando as aulas são dinâmicas, outros aspectos citados ressaltam a
aprendizagem pela pesquisa e resolução de problemas. Das estratégias utilizadas pelos
professores, a maioria relatou como primeira opçã
o atividades em grupo auxiliam com mais
Línea Temática 3:
Prácticas Curriculares para la Reducción del Abandono.
557
eficácia na aprendizagem. Porém outras estratégias como interação em aula, aulas práticas e
seminários são importantes. Todos os estudantes participantes da pesquisa relataram que as
metodologias ativas podem potencializar os processos de ensino e de aprendizagem
justificando o protagonismo do aluno, a resolução de problemas reais que podem desenvolver
aprendizagens mais significativas, promovendo assim a permanência dos estudantes nas
universidades.
Palabras- Chave:
Permanência, Educação Superior, Met
odologias Ativas, Protagonismo.
1. Introdução
A universidade brasileira vive em um processo de expansão, sendo significativo o
crescimento do número de instituições de Educação Superior, e por consequência o número
de matrículas e ingressantes, modificando assim o perfil do estudante universitário
(RI
STOFF, 2014). Mas se há uma modificação significativa do perfil do ingresso, por
consequência da ampliação nas políticas globais de inclusão, a universidade necessita
repensar os seus métodos de ensino e de aprendizagem.
Zabalza (2015) entende que “Una
uni
versidad que no innova se sitúa en vía muerta” (p.172).
A universidade necessita de
inovação e mobilidade, para abranger questões que refletem desde a sala de aula até
transformações que abraçam a gestão educacional na Educação Superior.
O espaço de sala de aula na Educação Superior, como lugar privilegiado das relações de
ensino e aprendizagem, requer uma busca por ajustes que transformem as práticas educativas
na universidade.
Há alguns anos a temática sobre abandono e permanência vem sendo estudada e dis
cutida
em diferentes ambientes. A Conferência Latino
-americana sobre o abandono na Educação
Superior –
CLABES, é exemplo de espaços promotores dessa discussão. Em sua oitava
edição, retrata a preocupação de gestores, professores, estudantes e pesquisadores
de diversas
instituições de ensino, em uma trajetória que busca identificar as possíveis causas do
abandono e da permanência estudantil, com perspectivas de ações para a solução do problema
e a troca de experiências entre as universidades.
De modo geral, percebe-
se a movimentação das instituições de ensino em promover
estratégias e práticas para auxiliar na permanência dos estudantes, principalmente pela
parceria e responsabilidade da tríade: gestão, estudantes e apoio das políticas públicas dos
estados e países. Todavia, maior engajamento de todos envolvidos no processo de ensino e
aprendizagem para auxiliar no sucesso acadêmico é uma necessidade vigente.
Entendemos nesse cenário, que as metodologias ativas valorizam a autonomia, o
engajamento e contribuem para o protagonismo tanto de estudantes quanto de professores
rumo às aprendizagens mais significativas. A partir de tais pressupostos, emergem algumas
inquietações sobre como os estudantes aprendem? O que gostariam de aprender? Quais
estratégias didáticas podem contribuir para a aprendizagem ativa e para a permanência
estudantil?
¿Que elementos fundamentam e justificam o uso das metodologias criativas em
aula?
A presente pesquisa tem como objetivo identificar quais estratégias utilizadas em sala
de aula
universitária contribuem para a aprendizagem dos estudantes. Além disso, busca
Línea Temática 3:
Prácticas Curriculares para la Reducción del Abandono.
558
analisar a percepção de estudantes sobre a utilização das metodologias ativas nas propostas
pedagógicas. Para subsidiar as discussões, utilizou-
se autores como Carbonell (2012), Moran
(2015), Anastasiou (2016), Tinto (1991), Astin (1984), os quais possibilitaram o diálogo
conceitual e contribuíram para justificar a análise e interpretação dos dados.
2. Referencial Teórico
A Universidade em si é um ambiente de inovação em potenci
al. Para desenvolver este
potencial destaca
-se a importância da institucionalização da nova visão de Universidade, bem
como de mecanismos institucionais que a viabilizem, com uma visão estratégica clara e
compartilhada para o processo de transformação e renovação do ambiente acadêmico,
principalmente ao tratar de temáticas como a permanência estudantil e propostas com
metodologias ativas.
A permanência estudantil vem sendo estudada desde diferentes perspectivas, segundo os
pesquisadores, esta temática é tratada dando ênfases a diferentes aspectos, como por
exemplo, a responsabilidade do estudante, ou da instituição ou do próprio docente, entre
outras. Nesse sentido, para entender o que faz com que um estudante permaneça na
instituição, temos que apontar dife
rentes variáveis. Neste estudo aprofundamos esta temática
a partir do papel do docente na sua prática pedagógica e do estudante na sua aprendizagem.
Schmitt (2016) afirma que a maioria dos estudos brasileiros estão centrados nas causas do
abandono, porém, estudos norte
-americanos focalizam mais nos fatores de permanência,
nesse sentido, a nossa pesquisa busca conhecer quais as estratégias de ensino que favorecem
a permanência dos estudantes, considerando que o fracasso acadêmico é um dos fatores que
promove o abandono.
O sucesso estudantil é apresentado de diferentes maneiras pelos pesquisadores. Segundo
Tinto (1993) quando os estudantes definem claramente suas metas e atingem seus objetivos,
sejam eles a aprovação em créditos, a progressão no curso e na carreira ou a obtenção de
novas competências. Já para Bean (1980) a integração acadêmica e social bem
-sucedida do
estudante com a respectiva comunidade acadêmica, acompanhada de satisfação com a
instituição, atitudes e experiências positivas. Para Astin (1984) o grau de envolvimento
efetivo dos estudantes na vida acadêmica e social de suas instituições. E por último, para
Noel e Levitz (1985) a conclusão bem
-sucedida dos objetivos e metas acadêmicas dos alunos.
Todos esses autores apresentam como um dos fatores o nível de aprendizagem dos
estudantes, aspecto este fundamental a permanência estudantil.
Os estudos de Astin (1991) também colaboram para o entendimento da permanência e evasão
dos estudantes. Ele desenvolveu o
Modelo de Envolvimento do Estudante
que parte da
premissa que estudantes aprendem por tornarem
-se envolvidos com o processo de ensino e
aprendizagem e consequentemente com a sua formação profissional. Astin (1991) sugere
cinco postulados básicos: a) Envolvimento requerer o investimento de e
nergia psicológica e
física em “objetos” (por exemplo: tarefas, pessoas, atividades); b) Envolvimento é um
conceito contínuo: diferentes estudantes irão investir quantidades variadas de energia em
diferentes objetos; c) Envolvimento tem características qualitativas e quantitativas; d) A
Línea Temática 3:
Prácticas Curriculares para la Reducción del Abandono.
559
“Quantidade” de aprendizagem ou desenvolvimento é diretamente proporcional à qualidade
e quantidade de envolvimento; e e) Eficácia educacional de qualquer política ou prática que
está relacionada à sua capacidade para induzi
r o envolvimento dos estudantes.
Para concluir, no contexto brasileiro, Soares, et.al. (2014) descobriram que as vivências
acadêmicas adaptativas dos estudantes estão relacionadas, principalmente, com as suas
expectativas de envolvimento social, vocacional
e curricular. Essas três áreas podem refletir,
assim, os determinantes do sucesso da sua transição e adaptação ao Ensino Superior (Badargi
e cols., 2003; Gomes; Soares, 2013).
Nessa perspectiva, considerando a Universidade enquanto um contexto de complexi
dade e
incerteza, onde são exigidas novas interfaces com a sociedade é indispensável visualizar e
capturar suas necessidades e demandas, propondo ações interdisciplinares que atendam as
perspectivas discentes através de práticas inovadoras.
A percepção de Carbonell (2012) sobre a inovação, permite estabelecer relações
significativas entre os distintos saberes, para desenvolver uma perspectiva mais elaborada e
complexa da realidade. Trata de provocar a reflexão teórica sobre as vivências, experiências
e inte
rações em aula. Traduz as ideias para a prática, sem dissociar da teoria. A inovação,
impulsiona as instituições para um fazer mais democrático, atrativo, repensando as práticas
no contexto da sala de aula. Por isso, as metodologias ativas podem contribuir
significativamente para propiciar novas possibilidades para que os estudantes aprendam e
façam parte do processo como sujeitos ativos.
As metodologias ativas tem sido um tema de muitas discussões e interesse de profissionais
de distintas áreas. Na educação, embora há algum tempo a temática vem sendo investigada,
ainda são necessárias mudanças para efetivação das metodologias ativas nas práticas
pedagógicas. Desenvolver o trabalho pedagógico com a metodologia ativa significa pontuar
uma outra forma relacional entre os professores e seus colegas, estudantes e em relação à
ciência existente. Enfocar a metodologia ativa significa pontuar uma outra forma relacional
entre os professores e seus colegas, estudantes e em relação à ciência existente.
Na percepção de Moran (2018) as metodologias ativas são estratégias de ensino centradas na
participação efetiva dos estudantes na construção do conhecimento. Enfatizam o papel do
estudante enquanto protagonista, participativo e reflexivo em todas as etapas do processo de
aprendizagem. Na Educação Superior, considerar tais aspectos pode favorecer
consideravelmente o envolvimento dos estudantes em suas atividades acadêmicas, sejam
essas no ambiente da sala de aula ou em outras atividades da universidade, e contribuir para
a permanência estudantil, tendo em vista a necessidade de pertencimento e autonomia,
necessidades essas fundamentais para a motivação dos acadêmicos universitários para a
aprendizagem.
3. Método
O estudo de abordagem qualitativa, envolveu 26 estudantes de diferentes cursos de
licenciaturas de uma universidade comunitário do Rio Grande do Sul/Brasil. A maior parte
dos respondentes, 42%, frequentam o curso de Pedagogia, seguido de 13% do curso de
Línea Temática 3:
Prácticas Curriculares para la Reducción del Abandono.
560
história. A faixa
-etária dos estudantes varia entre 16 a 53 anos,
sendo que 51% com idade
entre 16 a 20 anos, 42% representam a idade entre 21 a 30 anos e 7% acima de 30 anos. O
semestre o qual os estudantes se encontram, varia entre o primeiro e quinto semestre, porém
maior parte, ou seja 50% encontra
-se no primeiro se
mestre, 31% está no terceiro semestre e
os outros 19% entre o segundo, quarto e quinto semestre. A coleta de dados aconteceu
mediante a utilização de um questionário online no
google forms
, contendo perguntas abertas.
As perguntas abrangeram questões sobr
e como acontece o processo de aprendizagem; o que
sabem sobre as metodologias ativas; estratégias pedagógicas que contribuem para a
aprendizagem e a percepção sobre as metodologias ativas no contexto de sala de aula.
A análise dos dados seguiu princípios da análise de conteúdo de Bardin (2011) auxiliando no
processo de categorização pela frequência de palavras e agrupamento das unidades de
análise. A partir desse processo emergiram duas categorias: (1) Aprendemos de muitas
maneiras...; (2) Estratégias para
o processo de ensino e aprendizagem: o potencial das
metodologias ativas.
4. Resultados e discussões
4.1 Aprendemos de muitas maneiras...
Por que as instituições de ensino têm dificuldade para ensinar de maneira diferente se cada
aluno aprende de um jeito
diferente? (CHRISTENSEN, 2009). O autor, ao proferir com tal
questionamento, afirma que é necessário customizar o ensino e possibilitar aos estudantes
métodos de ensino diferenciados para que esses tenham a oportunidade de aprender em
ritmos e estilos que
respeitem as individualidades e incentive a coletividade.
As respostas dos sujeitos dessa pesquisa ilustram claramente como cada um aprende de modo
peculiar. Ao contabilizar as principais palavras que emergiram a partir da pergunta “Como
acontece o teu processo de aprendizagem?”, percebeu
-se que 25 % apontam para seminários
e interação com as outras pessoas. Com uma frequência de 19% quando teoria e prática são
trabalhadas simultaneamente, 13% mediante a elaboração de resumos e escutando os
professores, seguido de 9% que aprendem melhor quando as aulas são dinâmicas, outros
aspectos citados ressaltam a aprendizagem pela pesquisa e resolução de problemas.
Algumas respostas dos estudantes mostram os dados relatados. A aprendizagem acontece:
“...através de au
las mais dinâmicas, onde os alunos participam.”(R1) “ Aprendo muito em
seminários onde posso escutar e expor minhas aprendizagens.” (R2) “De forma participativa.
Lendo muito e escrevendo. Usando cores e esquemas diversos” (R3) “Escuta e debates em
aula, vídeos expositivos” (R4). “O meu processo de aprendizagem acontece quando interajo
com outras pessoas.”(R5) “Através de leituras de textos, debates em sala de aula, trabalhos
em grupo e cine
- fórum.” (R6) “De maneira prática e teórica”.
Encontramos subsídios teóricos em Pérez Gómez (2015) ao afirmar que produzimos novos
significados nas interações sociais que supõem ampliação, reorientação, reinterpretação e
modificação dos significados anteriores. No processo social de significados, a interpretação
e a ação, o fazer e o pensar estão tão envolvidos intimamente que dificilmente podemos
Línea Temática 3:
Prácticas Curriculares para la Reducción del Abandono.
561
estabelecer barreiras entre eles. Os significados não existem somente em nós e nem só no
mundo, mas na relação dinâmica que estabelecemos ao viver no mundo.
A aprendizagem ainda pode ser percebida como um quesito bastante variável. De acordo com
a opinião de um dos estudantes da pesquisa, a aprendizagem “Depende bastante do que está
sendo ensinado, em alguns casos aprendo por processos de repetição, em outras ocasiões
estudos de caso, debates, resolução de problemas e etc. me ajudam a compreender melhor
determinados assuntos. ” As metodologias ativas contemplam componentes fundamentais
para o desenvolvimento da aprendizagem em que os estudantes são autores e pr
otagonistas
de todo o processo. O aprendizado se dá a partir de problemas, da colaboração e do
envolvimento para solucionar situações próximas da realidade. (MORAN, 2015)
Interessante notar a percepção de outro estudante, ao proceder com a seguinte reflexão: “Hoje
percebo algumas falhas e lacunas que poderiam não existir se fosse usadas metodologias
diferentes para ensinar. Acredito que isso hoje em dia se está levando mais a sério; onde se
está reconhecendo a importância de criar novos modos de ensinar.”
Sobre isso, Anastasiou (2016) afirma que as propostas de ensino inovadoras embora estejam
bastante avançadas no currículo, ainda enfrentam um desafio principal: efetivar em atos as
promessas ali contida. A autora questiona as formas tradicionais de ensino e
aprendizagem,
centradas na transmissão/assimilação e reduzidas à memorização. Defende a utilização das
metodologias diferenciadas e ativas, pois tem como foco principal uma outra forma relacional
entre os professores, estudantes e em relação à própria ciência existente.
4.2 Estratégias para o processo de ensino e aprendizagem: o potencial das metodologias
ativas
O ensino e a aprendizagem relevantes exigem a atividade do sujeito em um processo contínuo
de construção e reconstrução. É fundamental ressaltar a importância do envolvimento dos
alunos no processo de aprendizagem: a aprendizagem deve ser vista como um processo ativo
de indagação e de investigação. (PÉREZ GÓMEZ, 2015).
Sobre as estratégias utilizadas pelos professores, a maioria dos estudantes relatou como
primeira opção atividades em grupo, pois auxiliam com mais eficácia na aprendizagem.
Outrossim, estratégias como interação em aula, aulas práticas, seminários são importantes,
além da problematização e das aulas dinâmicas, conforme os relatos descritos: “Os trabalhos
em grupos me ajudam a aprender melhor. Gosto da relação humana.”(R1) “Principais
estratégias são de seminário ou diálogo aberto e também na confecção de trabalhos, onde
posso expressar o que percebi/entendi.” (R2) “Seminário integrado, diálogos e tarefas
práticas. Grupos e apresentações dos grupos com debates.” (R3)
Outros estudantes descrevem sobre estratégias de aproximação do conteúdo com a realidade
e a problematização do conteúdo, o diálogo, as trocas e a interação em aula, como p
odemos
perceber na seguinte resposta:
Tenho preferência por metodologias onde o aluno é posto em um papel ativo,
ou mesmo quando o aluno é instigado a ser autônomo e buscar por
Línea Temática 3:
Prácticas Curriculares para la Reducción del Abandono.
562
informações que colaborem para o processo de aprendizagem.É fundamental
que o professor busque por estratégias que instiguem os estudantes e
promovam o envolvimento e participação do aluno.
É possível perceber que as estratégias que contribuem para que os estudantes aprendam
melhor estão interligadas com a maneira com o modo como apr
endem, e por esse fato, é
fundamental que o professor possa ter conhecimento de como os alunos aprendem para
proporcionar estratégias diversificadas para que a aprendizagem realmente aconteça. Outro
ponto que merece atenção é fortalecer a compreensão de que as pessoas enxergam as coisas
de maneira distinta uma da outra, e para tanto a viabilização de processos democráticos
podem potencializar o desenvolvimento integral das pessoas, com autonomia e participação
ativa dos envolvidos no processo de ensino e de
aprendizagem.
Por esse viés, as mudanças requerem tempo e seus efeitos são percebidos a longo prazo. Um
ponto importante, a saber, é que a principal força propulsora da mudança e da inovação são
os professores e estudantes que trabalham em colaboração, co
m comprometimento para
tonificar a democracia escolar, e a gestão das instituições que necessitam apoiar e favorecer
um ambiente de maior liberdade para as ações docentes e para a inovação (CARBONELL,
2012).
Ao responderem a questão se as metodologias ativ
as podem transformar as aulas, 84% dos
estudantes responderam que sim, os outros 16% responderam talvez, nenhuma resposta foi
negativa. Todavia, todos estudantes (100%) acreditam que as metodologias ativas podem
potencializar os processos de ensino e de aprendizagem. Isso demonstra a necessidade de
buscar alternativas diferenciadas para a prática pedagógica e para que a aprendizagem ocorra
com mais significado. As justificativas dos estudantes coadunam com a importância da
autonomia e protagonismo, como podemos observar na seguinte resposta de um dos
estudantes:
São metodologias que fomentam a interação, participação, autonomia e
protagonismo dos alunos, esses fatores proporcionam a construção de um
real aprendizado e ainda promove a busca por mais conhecim
entos, tornando
o processo de ensino prazeroso para o professor e aluno. Há também a
questão de promover desafios a serem superados, fazendo com que os
estudantes se interessem mais pelas propostas apresentadas. Acredito
também que a metodologias ativas qu
ando bem aplicadas possuem a
característica de valorizar as diferentes habilidades individuais existentes nas
turmas.
Uma condição prévia para elaborar novas e eficazes formas de trabalhar em aula, é que os
alunos e professores dialoguem sobre novas ações e mudanças que possam contribuir para o
cotidiano e práticas pedagógicas. Nesse sentido, devem aventurar
-se juntos na novidade
(HARGREAVES, 2003). Os professores criativos tratavam de criar em aula, relações de
interesse, entusiasmo, curiosidade, emoção, d
escoberta, ousadia e diversão. Devemos
redefinir a mudança educativa: estender mais além da sala de aula e aprofundar emocional e
moralmente dentro de nós mesmos, a fim de beneficiar as pessoas, os alunos a quem
ensinamos.
Línea Temática 3:
Prácticas Curriculares para la Reducción del Abandono.
563
É importante salientar que embora
todos estudantes acreditam no potencial das metodologias
ativas, alguns não têm clareza do que são, mas que podem ter resultados positivos quando
efetivamente forem aplicadas na sala de aula. Por outro lado, ressaltamos respostas acerca
da utilização das
metodologias ativas que contribuem significativamente para a
aprendizagem:
Acredito que o diferencial destas metodologias estão em proporcionar para
o aluno, modos reais de solucionar os desafios que precisa enfrentar. Ter
bons métodos, é vital para poder
se destacar. Não para se sentir melhor do
que os outros, mas poder se sentir realizado, e poder dizer que valeu a pena
ter tido acesso a boas metodologias. Algo que levará para a vida toda, com
certeza.
As metodologias ativas têm o potencial de despertar a curiosidade, à medida que os alunos
se inserem na construção do conhecimento e trazem elementos novos, ainda não considerados
nas aulas ou na própria perspectiva do professor. Quando valorizadas as contribuições dos
alunos, o sentimento é traduzido pelo engajamento, percepção de competência e de
pertencimento, além da persistência nos estudos, entre outras. (BERBEL, 2011). A
implementação das metodologias ativas pode ainda favorecer a motivação autônoma quando
incluir o fortalecimento da percepção do aluno de ser origem da própria ação, ao serem
apresentadas oportunidades de problematização, de escolha de aspectos dos conteúdos de
estudo e o desenvolvimento da criatividade como promotora de possibilidades para o
cotidiano.
A aprendizagem que é mais relevan
te é relacionada à nossa vida, aos nossos projetos e
expectativas. “Se o estudante percebe que o que aprende o ajuda a viver melhor, de uma
forma direta ou indireta, ele se envolve mais” (MORAN, 2018, p. 22-
23), e pode atender com
mais veemência as expectativas de participação social e curricular a partir do envolvimento,
defendido pelas teorias da permanência estudantil.
5. Considerações Finais
Este estudo permitiu constatar que conhecer a percepção dos estudantes acerca do que
consideram relevante à sua aprendizagem em contexto de sala de aula é de suma importância
para que a Educação Superior possa efetivamente possa contribuir para formação profissional
dos cidadãos brasileiros, com impactos sobre o desenvolvimento e o crescimento social e
econômico.
Nes
se estudo constatou-
se que as estratégias didático
-pedagógicas que envolvam os
estudantes em todo o processo de ensino e aprendizagem, podem diminuir o abandono na
medida em que são protagonistas na construção de seus saberes. A aprendizagem é ativa,
port
anto os resultados encontrados nesta pesquisa confirmam essa afirmação quando os
estudantes informaram que é através da interação, da dinamicidade, da pesquisa e da
resolução de problemas reais em colaboração. Outro aspecto a considerar é que todos os
estu
dantes participantes da pesquisa relataram que as metodologias ativas podem
potencializar os processos de ensino e de aprendizagem mais significativas, e promover assim
a permanência dos estudantes nas universidades. A transformação educacional, por ser
Línea Temática 3:
Prácticas Curriculares para la Reducción del Abandono.
564
complexa, exige uma mudança de cultura por parte de todos os participantes do contexto
educacional.
Referências
Astin, A. W. (1984).
Student involvement: A developmental theory for higher education.
Journal of College Student Personnel, v. 25, n. 4, p. 297-308.
______. (1991).Assessment for excellence: The philosophy and practice of assessment and
the evaluation in higher education. New York: Mscmillan.
Bean, J. (1980) The synthesis of a causal model of student attrition. Research in higher
education. v. 12, n. 12, p. 155-187.
Berbel, N. A. (2011).
As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes.
Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 32, n. 1, p. 25-40, jan./jun.
Christensen, C. M. (2009).Inovação na sala de aula: como a inovação de ruptura muda a
forma de aprender.
Porto Alegre: Bookman.
Hargreaves, A. (2003).Replantear el cambio educativo: un enfoque renovador.
Buenos Aires:
Smorrortu.
Moran, J. (2018). Metodologias ativas para uma educação inovadora. Porto Alegre: Penso.
________(2015). Mudando a educação com metodologias ativas.Coleção Mídias
Contemporâneas. Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens.
Vol. II.
Pérez G.; Ángel I
.
(2015).Educação na era digital: a escola educativa.
P
orto Alegre: Penso.
Soares, A. B. et al (2014). O impacto das expectativas na adaptação acadêmica dos estudantes
no Ensino Superior. Psico-USF, Bragança Paulista, v. 19, n. 1, p. 49-60, jan./abril.
Tinto, V.(1993).
Leaving college: Rethinking the causes and cures of student a
ttrition.
2.ed.
Chicago: Chicago University Press.